Pular para o conteúdo principal

Mergulhando no passado

/ SINDICAL

Waldir Guerra *

 

A semana passada foi atípica para mim; perdi a hora de fazer o artigo semanal, tudo porque dediquei todo tempo coletando dados para uma pesquisa de alguns dos meus antepassados. Um trabalho e tanto que só depois de iniciado me dei conta das dificuldades para mergulhar no passado.

Com o intuito de aproveitar a oportunidade da realização do 2º Encontro da Família Guerra; encontro esse que será realizado no município de Nova Alvorada-RS no dia 16 de novembro próximo e para isso tornou-se necessária uma antecipação no lançamento de mais um livro meu.  

Necessária porque o livro, na verdade uma coletânea dos artigos escritos em jornais e revistas nos últimos anos, mas que terá nas suas primeiras páginas a apresentação de alguns históricos de pessoas da Família Guerra consideradas muito empreendedoras no seu tempo de vida.

Mergulhei fundo entrevistando pessoas e pesquisando documentos para escrever alguns pequenos históricos; mas para fazer o trabalho foi preciso ir ao Rio Grande do Sul onde minha família paterna iniciou sua história e foi lá que na semana passada dediquei todas as minhas horas disponíveis.     

A intenção é aproveitar esse 2º Encontro onde grande parte da família estará reunida para mostrar aos descendentes que, infelizmente, o tempo se encarrega de levar ao esquecimento as pessoas que muito fizeram por nós antigamente. Mostrar-lhes que o tempo leva ao esquecimento as boas obras por eles construídas. E a melhor maneira de relembrá-las é deixar nas mãos dos que se fizerem presentes a prova dessas realizações.  

Por apenas conhecermos a origem da nossa família a partir do casal Prosdocimo Guerra e Domenica Sgarbozza é com eles que iniciamos o relato.  

Como bons empreendedores quatro deles foram escolhidos, o primeiro, o próprio Prosdocimo, por sua coragem de imigrar para o Brasil. O segundo, seu filho, Vicenzo, que com sua persistência em abrir lojas e negócios novos abriu o caminho para arrancar dos trabalhos braçais os próprios filhos e também, por que não, seus sobrinhos. O terceiro nome escolhido foi o de Prosdocimo Guilherme (meu pai), neto de Prosdocimo e Domenica, por sua incansável capacidade de procurar inovações à frente de seu tempo. A quarta pessoa foi a professora Pierina Mezzacasa Guerra, que bem escolarizada iniciou a carreira de professora com 14 anos e, junto com o magistério, também assumiu o comando cívico e cultural da sua comunidade por muitos anos.

Assim, com esses históricos prontos e entregues ao meu editor, Nicanor Coelho, os descendentes que se fizerem presentes a esse 2º Encontro da família Guerra receberão, junto com uma coletânea dos artigos por mim publicados na imprensa nesses últimos anos, umas boas lembranças de seus ancestrais. Com isso, minha satisfação também será muito grande.

Mas satisfação e muita alegria também já tive ao receber várias reclamações daqueles que se acostumaram ler meus comentários nas segundas-feiras; reclamaram da falta do artigo nessa semana passada – e não é pra ficar feliz?

O mundo se globalizou e são tantas as correrias para nos mantermos vivos que às vezes é bom mergulhar no passado e ver o quanto os nossos antepassados se sacrificaram para que hoje estivéssemos bem.

 

* Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do Estado e deputado federal. E-mail: wguerra@terra.com.br