Portugal, um belo país
Waldir Guerra *
Nunca estive em Portugal e hoje estando aqui não me conformo ter perdido tanto tempo para descobrir coisas tão boas como tenho constatado agora neste país maravilhoso.
Tenho pouco tempo para ficar por aqui, apenas sete dias, por isso não me atrevo fazer análise de qualquer natureza quer seja econômica, política, ou mesmo de relatos turísticos deste pequeno país. Pequeno porque estando aqui ele mais me parece – pelo seu tamanho, claro – um dos Estados do Brasil.
De mais a mais vim pra cá para passear e conhecer um pouco mais deste país que tantas afinidades tem conosco. Não seria justo, estando aqui, ficar comentando coisas do Brasil. Por isso perdoe-me se hoje fico em amenidades – até porque assuntos políticos e econômicos no Brasil estão meio que patinando e enjoa ficar falando das mesmas coisas.
E mais, como fui contemplado com esta viagem e tinha data certa, por conta disso não poderia transferi-la. O prêmio foi passagem e estadia para um casal por uma semana em Lisboa. A intenção era estender com uma semana a mais em passeios pelo interior de Portugal e ainda conhecer o sul da Itália.
A impossibilidade de ter a companhia da esposa (Suela) restringiu minha viagem somente a Lisboa. Uma pena.
Pena porque desde o início desta viagem foi só de alegrias. Logo após a decolagem do avião da TAP o comissário Henrique se apresentou e ofereceu um bom vinho espumante português e com o cardápio na mão perguntou se preferia carne, peixe, ou massas. Como não sou bobo e conheço o que tem de bom da cozinha portuguesa disse peixe; e depois lhe pedi que me indicasse um vinho português. Acertei na mosca e comi um badejo de primeira. E só depois de duas taças de um bom vinho branco é que dormi “numa boa” a viagem toda.
Quem falou que Portugal vai mal e que está quebrado por conta de suas dívidas na Comunidade Europeia deve estar enganado porque o pouco que vi aqui me convenceu de que se Portugal está endividado, o dinheiro foi muito bem aplicado e se vê isso na sua infraestrutura – bem ao contrário do que fizemos nós no Brasil.
O Aeroporto de Lisboa põe no chinelo qualquer aeroporto brasileiro. E não somente pela dimensão, mas pela obra em si. Lisboa nunca terá necessidade de fazer nenhum puxadinho, como está acontecendo nos aeroportos brasileiros. Lisboa é uma cidade de 550 mil habitantes, contudo, no seu entorno tem lá quase três milhões de habitantes e esse aeroporto certamente faz parte desse endividamento dos portugueses.
Autopistas e largas avenidas cortam a cidade de Lisboa e me dizem que é assim em todo país. O transporte público tem nos trens elétricos – por sinal bem confortáveis – o que falta à população urbana brasileira.
Portugal é o país mais quente da Europa e o turismo é uma das boas receitas dele. Marque aí na sua agenda para vir e confirmar: em nenhum país da Europa os turistas são mais bem tratados que aqui. Eles investiram muito na infraestrurura do turismo. Endividaram-se, mas gastaram bem nisso também.
Em Portugal, além da facilidade de comunicação, pois a gente não tem que ficar tropeçando no inglês, ainda tem a cozinha onde se come muito bem. E dos vinhos, então, deixo você a imaginaire.
* Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do Estado e deputado federal. E-mail: wguerra@terra.com.br