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A quantificação da pecuária no Pantanal do MS

/ PECUÁRIA

Bezerros produzidos a R$ 400, em média, e vendidos a cerca de R$ 1.200. De acordo com o pecuarista Gabriel Medeiros, dono da fazenda Livramento, esses são os números atingidos em propriedades rurais localizadas no Pantanal de Nabileque e Nhecolândia, no Mato Grosso do Sul. Para Gabriel, o segredo da produtividade está no planejamento. “O que a gente recomenda é ter uma boa gestão, ter um controle das informações (como o custo de produção dos animais e índices reprodutivos). A gente faz um planejamento anual de toda a propriedade, com um levantamento dos índices e um diagnóstico inicial geral para sabermos em que patamar a propriedade está e onde deseja chegar”.

Sabendo da importância de uma produção bem planejada no campo, o pesquisador Urbano Gomes, da Embrapa Pantanal em Corumbá - MS, participa desde 2007 do desenvolvimento de um projeto que acompanha e monitora custos e sistemas de produção nas regiões mais expressivas da pecuária de corte brasileira. Esse projeto é realizado em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), uma unidade da Universidade de São Paulo (USP). “O que a gente verifica claramente é que está havendo uma maior absorção de tecnologia, com melhoras dos índices produtivos e os índices financeiros da atividade, de uma maneira geral, no Pantanal de Corumbá”, diz o pesquisador.

Para Urbano, uma das principais causas da melhora nesses índices é a mudança dos métodos produtivos extrativistas para uma pecuária de cria mais intensiva. Em uma região que passa por extremos ambientais de seca e cheia, ocasionando dois importantes períodos de restrição alimentar para os animais, as pesquisas e tecnologias tornam-se fundamentais para viabilizar as atividades produtivas. “No momento em que você tem os índices, os dados, as informações, a velocidade para você tomar uma decisão é muito mais rápida. Assim, você consegue tomar uma decisão que vai minimizar muito a sua potencial perda”.

Os resultados do planejamento na produção pecuária aparecem nos números. Com índices reprodutivos de 77,9% alcançados em pastagens nativas e cultivadas, Gabriel afirma que produziu arrobas a um custo que variou de R$ 50 a R$ 70. “Hoje, nós estamos vendendo uma arroba de R$ 140, então estamos com uma margem muito boa”, diz. Para o pecuarista, a eficiência na pecuária depende mais de qualidade que de quantidade. “Eu tenho que ter esses números na mão – saber quanto custa produzir e por quanto eu estou vendendo – para descobrir se tenho lucro ou prejuízo. Sem essas informações, eu não consigo tomar decisões”, finaliza. 


Fonte: Embrapa Pantanal