Pular para o conteúdo principal

Seca e calor ameaçam plantio da soja em MS e no Centro-Oeste

/ AGRICULTURA
Temperaturas em MS devem ficar até 10°C acima do normal, aponta monitoramento de satélites

A queda na umidade do solo, altas temperaturas e as chuvas abaixo da média dos últimos 15 anos em praticamente todos os estados vão prejudicar o início do plantio da soja a partir da segunda quinzena de setembro, quando termina o vazio sanitário em algumas regiões, avalia a EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites. Em MS, o lançamento oficial do plantio da soja 2024-2025 acontece no dia 13, sexta-feira. Com o fim do vazio sanitário no dia 15, a partir do dia 16 os agricultores já estão autorizados a iniciar o plantio da soja.


Tanto o ECMWF (modelo europeu) quanto o GFS (modelo americano) preveem volumes de chuvas entre 60% e 80% abaixo da média no País entre os dias 5 e 15 de setembro, aumentando o estresse hídrico sobre as lavouras, assim como o risco de incêndios. As altas temperaturas ocorrem em boa parte do Centro-Oeste, Sudeste e parte do Sul. Em Mato Grosso do Sul, a média das temperaturas podem ficar até 10°C acima da normalidade, de acordo com o GFS. “Os produtores podem esperar mais um pouco para iniciar o plantio da soja”, aponta Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro.

 

A safra de soja 2023-2024 terminou com uma perda de produção de 20%, caindo, segundo números divulgados pela Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) de 15 milhões de toneladas (ciclo 2022-2023) para 12 milhões de toneladas, causada pela falta de chuvas em momentos importantes do desenvolvimento das plantas. Pelos cálculos da entidade, a perda causou um prejuízo de R$ 12 bilhões para os agricultores. Nem o aumento da área plantada salvou a lavoura.

 

Empresas de seguro afirmam que o início do plantio da safra de soja 2024/25 deve ser pautado pela cautela, com os produtores demonstrando preocupações tanto com as condições climáticas quanto com a gestão financeira da safra. Os produtores brasileiros também estão preocupados com o aumento do custo de produção e previsão de margens apertadas. Além disso, a safra americana está indo bem e se espera recorde na oferta de soja.

 

A tendência de forte aquecimento para os próximos meses trouxe incertezas para o planejamento da safra de soja 2024/25. A situação da região central do País parece estar em condições piores de umidade do que o registrado no mesmo período em 2021. Agricultores devem esperar os níveis de umidade do solo subirem e as chuvas se estabilizarem, o que pode atrasar a semeadura da soja do centro do Paraná, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste. A previsão é de que apenas a região Sul apresentará condições de precipitação próxima a climatologia nos próximos três meses.

 

No momento do plantio, em alguns tipos de solo, existe o risco de que plântulas de soja possam morrer devido ao extremo calor. Até o momento, a análise geral de modelos meteorológicos indica que o ciclo 2024/25 será marcado por temperaturas superiores à média climatológica e variações no padrão espacial da seca ao longo da safra de verão, sendo que Goiás pode ser considerado o Estado mais prejudicado.

 

Fonte: Campo Grande News