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Sementes de pastagens e os detalhes que o produtor precisa conhecer

/ DIVERSOS

Por José Eduardo Duenhas Monreal

 

Todo ano, um fato é comum nas fazendas de pecuária do Mato Grosso do Sul: o produtor tem alguma invernada que está degradada e precisa ser reformada. Por mais que se tenha cuidado com o manejo da pastagem, acontece algum erro que acaba degradando a pastagem por excesso de animais. 

 

Além desse erro de manejo da pastagem também temos longo período de estiagem, como aconteceu este ano, cujo atraso do retorno das chuvas prolongou o déficit hídrico no solo e, consequentemente, morte e diminuição do estande das plantas da pastagem, ocasionando aumento de áreas com reboleiras de solo nú, favorecendo aparecimento de plantas daninhas invasoras e erosão do solo. 

 

Então, quando o produtor vai fazer a reforma da pastagem tendo que implantar uma nova forrageira, surgem inúmeras dúvidas em relação à escolha correta da espécie a ser utilizada. A indicação das empresas produtoras de sementes, por mais que tenham boa fé na recomendação, na maioria dos casos não contempla todos os detalhes necessários intrínsecos àquela região da fazenda, como a precipitação pluviométrica, ocorrência de cigarrinhas, análise de solo e demais informações que embasariam a escolha correta e minimizariam a possibilidade de insucesso da operação de reforma da pastagem. Contudo, o produtor, no anseio de obter novas áreas de pastagens e aproveitando o período das chuvas, decide a espécie, adquire as sementes e dá início ao processo acreditando que dias melhores virão. 

 

No mercado temos algumas empresas que trabalham com as sementes chamadas “incrustadas” que por detalhes do processo recebem adição de carbonato de cálcio, fungicida,s entre outros. Neste sentido, há um aumento do peso das sementes, deixando-as significativamente mais pesadas, o que por vezes facolita na hora do produtor jogar a semente dependendo do equipamento que ele possuir. Porém, nesse processo podem ser incrustados também torrões e demais impurezas, se tornado parte também do produto. Contudo, há um fato que não é informado na embalagem da sacaria que o produtor adquire: o peso de 1000 sementes é informado apenas da semente incrustada, não informado o peso de 1000 sementes puras da forrageira o que seria uma ferramenta útil para o produtor fazer os cálculos e corrigir a quantidade a ser jogada no momento do plantio.

 

Vejamos este exemplo : Fig. 1

 

Fig.2- Rótulo e embalagem encontrada no mercado e suas informações :

 

Fato comum também é ouvirmos inúmeros depoimentos de produtores que tiveram frustações com a reforma de pastagens ,na sua implantação e um fato que pode estar relacionado a este insucesso é a quantidade de semente ser jogada por hectare, além de outros fatores também é claro. Para facilitar os cálculos dos produtores elaboramos uma planilha em excell para que o produtor possa inserir o Valor Cultural (VC) e o peso de 1000 sementes em gramas de sementes puras e revestidas para obter o valor correto a ser jogado na hora da utilização.

 

Aos interessados, solicitar a planilha pelo e-mail srgr@srcg.com.br 

 

Finalizando consideramos que o produtor deva realizar a análise das sementes de pastagens adquiridas para conferir a real condição de germinação e pureza do lote adquirido para minimizar as possibilidade de insucesso na reforma de pastagens. Em Campo Grande existem laborátórios que realizam o teste de germinação e valor cultural através do tetrazólio que é rápido e atende adequadamente para que o produtor obtenha essa informação antes do plantio e possa semear a quantidade correta com sucesso na operação.

 

José Eduardo Duenhas Monreal

Engenheiro Agrônomo – CREA 4452 – D