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Zootecnista alerta para cuidados na utilização de leite para alimentar bezerras

/ PECUÁRIA

O quadro Dr. Pecuária dessa quarta, dia 5, alertou sobre a utilização de leite de vacas da propriedade para alimentar bezerras. A prática é considerada normal, mas ao invés de trazer produtividade e lucro, pode ser prejudicial e acarretar em perdas econômicas. O bom desenvolvimento da bezerra no início da vida é fator determinante para que ela se torne uma boa produtora no futuro. O leite in natura, sem prévia avaliação veterinária da vaca, pode ser uma possibilidade de transmissão de doenças para a bezerra, como  tuberculose, a diarreia viral bovina, a leptospirose e a salmonelose. 

– O principal erro que produtor ainda comete nessa área é tentar utilizar leite descarte, que não é aproveitado para a venda, na alimentação dos bezerrinhos. Infelizmente, isso é uma prática que acaba acarretando em riscos para a saúde e para o desenvolvimento dos animais – explica o zootecnista Fabiano Bueno.

Outro problema sanitário é que, o leite descartado, que não foi vendido à indústria e é dado aos bezerros, pode conter um alto nível de antibiótico de vacas que foram tratadas. De acordo com Bueno, o produtor tenta, de alguma maneira, aproveitar o leite, de outras vacas ou da própria mãe, mas um produto contaminado compromete o desenvolvimento corporal, o ganho de peso do animal e gera um ciclo vicioso na produção leiteira.

– O fato de a vaca liberar um resíduo de antibiótico no leite e esse leite ser destinado à nutrição das bezerras pode acarretar, em médio ou longo prazo, na resistência das bactérias a esses antibióticos presentes. Quando a bezerra for uma vaca, a resposta ao antibiótico pode estar comprometida – acrescenta Bueno. 

Para substituir o leite contaminado da mãe ou o leite de descarte de outras vacas, o especialista sugere sucedâneo lácteo ou leite em pó.

– O sucedâneo lácteo não substitui o colostro. A colostragem é um dos pontos cruciais do processo de cria de bezerra. É preciso garantir que ela consuma uma quantidade considerável de colostro o mais cedo possível – em torno de quatro litros nas duas primeiras horas de vida. A fazenda deve fazer uma avaliação da qualidade do colostro. Existem equipamentos disponíveis no mercado para avaliar dentro da fazenda – explica o zootecnista.


Fonte: Canal Rural